Mossoró e Natal foram apontadas pela ONG Conselho Cidadão para Segurança Pública e Justiça Penal do México como a primeira e a sexta cidade mais violentas do Brasil, respectivamente. O levantamento foi divulgado na segunda-feira 20 e trouxe as 50 cidades mais violentas do planeta. Nesta quinta-feira 23, o titular da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Sesed), Coronel Francisco Araújo, comentou o assunto.
De acordo com Araújo, os dados apresentados pela ONG carecem de clareza metodológica. “Nós não temos conhecimento da metodologia utilizada pelo instituto. Nós, o sistema de segurança pública do estado, nos reportamos à Secretária Nacional de Segurança Pública, do ministério da Justiça. Os números apresentados, já divulgamos, tanto os dados de Mossoró quanto Natal, e não correspondem à realidade publicada”, disse.
O secretário afirmou ainda que os dados apresentados pelos órgãos de segurança nacional têm metodologia mais confiável. “Nós adotamos a metodologia do Sistema Nacional de Informação de Segurança Pública (Sinesp), que é do Ministério da Justiça. Outras metodologias, de outros locais, são diferenciadas. Mas a nossa é a mais clara, precisa e concisa. A realidade do que foi dito pela pesquisa é totalmente diferente da nossa realidade”.
Ainda sobre a questão, Daniel Cabral, secretário de Comunicação do Estado, comentou sobre o polêmico levantamento que apontou as duas cidades potiguares como uma das mais violentas do Brasil. “A pesquisa leva em consideração cidades com 300 mil habitantes. Isso reduziria o levantamento a 75 cidades no mundo. Levam em consideração 50 países, deixando de fora nesse ranking mundial 145 países. Então, classificar Mossoró e Natal em uma pesquisa como essa, precisaríamos realmente conhecer a dinâmica e como foi feito esse levantamento. A metodologia nos estranha bastante”.
Cabral retoma o questionamento sobre metodologia de ONG e cita dados divulgados pelo Ranking anuário de violência do Brasil, em que o estado ocupa a 18 posição. “Todos nós sabemos que Natal não chega a 1 milhão de habitantes. A pesquisa apresenta Natal com 1,4 mi de pessoas. O que a gente entende é que houve a consideração de Natal com as cidades que foram agrupadas com a Região Metropolitana. O RN não é esse terror que tanto se pintar por uma ONG internacional”.
OPERAÇÃO CARNAVAL 2023
Cerca de 3.290 agentes de segurança pública, com apoio de estruturas estaduais, municipais e federais, trabalharam em conjunto para a garantia da ordem pública durante os cinco dias de eventos festivos no estado. A “Operação Carnaval 2023” registrou uma diminuição de homicídios de 30% em relação ao Carnaval de 2022.
Segundo o comandante da Polícia Militar do RN, Coronel Alarico Azevedo, a operação foi exitosa. “Todo nosso planejamento foi cumprido. Esse trabalho conjunto e a integração fez com que o carnaval de 2023 do RN fosse um carnaval tranquilo. Tivemos algumas ocorrências, porém não na área de carnaval. De modo geral, a população aplaudiu e agradeceu.” afirmou.
Ao longo da Operação neste ano foram registrados 14 homicídios, uma diminuição de 30% em relação ao Carnaval de 2022, quando ocorreram 20 mortes. A Polícia Civil lavrou 42 Autos de Prisão em Flagrante Delito, 33 Termos Circunstanciados de Ocorrência (T.C.O.), 16 Boletins de Ocorrência Circunstanciado (B.C.O.) e registraram 310 Boletins de Ocorrência (B.O.) em Delegacias Fixas e Unidades Móveis espalhadas nos municípios.
CONCURSO PMRN 2023
As inscrições para o novo concurso de praças da Polícia Militar do RN encerraram nesta quarta-feira 22. Serão 1.158 vagas disponíveis para integrar o quadro efetivo da corporação no estado. Sobre o concurso, o AGORA RN conversou com o Coronel Alarico acerca da renovação do efetivo e as expectativas para o novo certame.
“Desde o início do nosso comando, o governo da professora Fátima tem se empenhado em completar os efetivos das instituições de segurança. Na Polícia Militar, ela autorizou o concurso de mil policiais, entram depois mais 300. E agora ela autorizou o concurso para mais 1.158. As inscrições terminaram ontem. Foram aproximadamente quase 40 mil inscritos. É um grande número que querem entrar, trabalhar e fazer parte da segurança pública do estado. O Concurso vai aumentar nosso efetivo e consequentemente vamos atender um maior número de cidades”.
Sobre o aumento de vagas para a polícia, o coronel Alarico foi cauteloso em razão do orçamento limitado do estado. “Após o término deste concurso, do curso de formação, nós vamos verificar quantos os policiais foram para reserva, para apresentar um novo número e uma nova autorização”. Atualmente, segundo dados da própria corporação, a PM atua com um efetivo de 8.200 policiais na ativa. O cenário ideal, de acordo com o coronel, seria um número próximo de 13.466.