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18 março 2023

Prefeitos e Governo buscam solução para recuperação

PREJUIZOS

Até o final da sexta-feira (17), a Federação dos Municípios do Estado (Femurn) contabilizava 38 cidades que foram alvo de ataques ao longo da semana, atribuídos a uma facção criminosa. Desde a capital, até os municípios menores do interior, os primeiros números mostram que além da população ficar com os serviços básicos, como coleta de lixo, consultas médicas, aulas e transporte público suspensos, as finanças foram fortemente atingidas e, em alguns casos, o prejuízo é milionário e com a necessidade urgente de ajuda do Governo do Estado e da União para repor as perdas.
Campo Redondo, no Agreste potiguar, foi um dos primeiros municípios a serem atacados. Lá houve perda de dois ônibus escolares da frota de cinco. Também foram incendiados um carro-pipa, uma ambulância, um carro-caçamba e o Centro de Referência da Assistência Social (CRAS). “Estamos contabilizando mais de R$ 2 milhões de prejuízo. Só o ônibus novo e adaptado era R$ 500 mil. Além disso, temos suspensão dos serviços, das aulas, do abastecimento e a situação é muito preocupante porque não temos condições de sozinhos recuperarmos”, destacou o prefeito da cidade, Renan Luiz.
Também na região Agreste, o município de Coronel Ezequiel amarga um prejuízo em torno de R$ 5 milhões. Foram incendiados três ônibus escolares, duas caçambas, um compactador de lixo, dois tratores, retroescavadeira e  um carro. “Diante desse fato a gente se sente impotente. O prejuízo da nossa frota foi enorme. A prefeitura não tem condições de recuperar. Estamos recorrendo ao Governo do Estado e Governo Federal. O efetivo aumentou mas a sensação de insegurança ainda permanece”, destacou o prefeito Cláudio Marques, o Boba.
Já em São Gonçalo do Amarante, na Grande Natal, o incêndio provocado no depósito de medicamentos da Prefeitura deve custar 10 milhões inicialmente. “É um prejuízo enorme para toda a população. Tivemos uma destruição tanto na parte física quanto na parte de equipamentos, alguns que são modernos, para guardar vacinas, remédios queimados", lamentou o prefeito Eraldo Paiva.
Nem todas as cidades contabilizaram ainda os prejuízos, mas pelo porte dos ataques, também precisarão de aporte federal. Um incêndio criminoso nas dependências da Secretaria de Obras de Acari, no Seridó potiguar, por exemplo, resultou na perda parcial de algumas máquinas e veículos, além de danos ao imóvel.


Em Natal, além do incêndio no Parque da Cidade, na zona Oeste, os criminosos invadiram o anexo do prédio da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (STTU), na Ribeira, zona Leste e atearam fogo destruindo 10 motos e danificando outras quatro. “A gente teve a perda total de dez motocicletas e um prejuízo na ordem de R$ 500 mil e também do serviço para a população porque é com essas motos que nossos agentes estão nas ruas para atender as demandas que somos solicitados”, destacou a titular da pasta, Daliana Bandeira.

Femurn

A Federação dos Municípios do Estado (Femurn) aguarda agora um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília, liderado pela governadora Fátima Bezerra, para solicitar apoio federal no apoio financeiro aos municípios. Essa audiência deve ocorrer na próxima semana, se a ocorrência de ataques no estado cessar.


“A governadora nos garantiu que estaríamos com ela nesse encontro para o qual levaremos todo o levantamento dos municípios afetados, o que ocorreu e os bens avariados para serem apresentados a cada ministro dependendo da área que se relacionam”, disse o presidente da Femurn, Luciano Santos, prefeito de Lagoa Nova.

Vereadores de Natal avaliam escalada de violência na cidade

Fazendo uso da tribuna da Câmara Municipal de Natal, vereadores apresentaram as percepções que estão tendo da escalada de violência na Capital e das providências tomadas até aqui. O primeiro a discursar foi o vereador Aroldo Alves (PSDB) que  retratou a angústia de Natal, lamentou que comerciantes e donos de transportes urbanos tenham tudo aquilo que foi construído a vida toda, sendo destruído em fração de tempo.

Aroldo Alves falou do abandono do Estado, com as pessoas vivenciando uma situação de impotência. Alves relatou o caso da morte prematura de um grande amigo que tinha no bairro de Nazaré, que empregava mais de 20 pessoas, assassinado a tiros na cabeça, Zezinho, dono do Supercoop, que veio de Jacaraú, do distrito de Formosa, na Paraíba, junto com o sogro do vereador, “buscar melhoria de vida em Natal”.

“Isso se tornou comum no Estado, onde se tem um governo que não tem competência sequer para gerar segurança. Tanto que o Supercoop tinha já passado por dez assaltos”, salientou Aroldo Alves. 

O vereador Anderson Lopes (SDD) disse que o Estado sofre ataques da bandidagem, mas a governadora tinha ciência de tudo o que estava prestes acontecer, como ocorreu em 8 de janeiro em Brasília, e lá o governador de Brasília foi afastado: “Eu quero saber se não vão pedir o afastamento da governadora”, disse.

A vereadora Margarete Régia (Pros) disse que “infelizmente a classe politica é tão desunida, que a gente vê discursos contrários para que a cidade realmente melhore”, conclamando que “é muito fácil só criticar e apontar erros, mas não se conseguir chegar à solução dos fatos”.

Já a vereadora Nina Souza (PDT) disse que essa tragédia que ocorre no Estado “já vem sendo anunciada há muito tempo”. Ela disse que o sistema prisional do Estado é um verdadeiro campo de concentração, os detentos comem comida podre, sem água,  misturando preso de alta periculosidade com preso de que não tem potencial ofensivo como o traficante.

Nina Souza disse que esse cenário de ataques criminosos é uma retaliação ao  governo, que trouxe para o Estado o diploma de pior educação do Brasil. “Como esperar algo que seja diferente, se nossas crianças entram na escola de 7 horas e às 9 já estão em casa, porque não tem água ou comida?”, questiona.

O vereador Raniere Barbosa (Avante) cobrou que o governo do Estado aponte uma politica de segurança para Natal, porque  mais uma vez demonstra, depois de quatro anos, sua incapacidade de gerenciar a segurança pública.

Já o vereador Milklei Leite (PV) disse que é dever do Estado oferecer segurança e se houve erros, é responsabilidade do Estado fazer reparos, para que as famílias possam ter seus bens de volta.

O vereador Kleber Fernandes (PSDB) asseverou a necessidade de dar meios à Força Nacional, que teve de usar veiculo da Tributação Estadual para se deslocar pelas ruas de Natal: “É preciso que o governo tenha pelo menos essa sensibilidade do aparelhamento e da infraestrutura operacional e logística para a Policia fazer o trabalho em condições e dar uma resposta a altura”, acrescentou.

A vereadora Brisa Bracchi (PT) disse que o momento é de prestar solidariedade às pessoas, mas ninguém relembrou que nos últimos 15 anos não havia concurso público para a Policia Militar.

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