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12 abril 2023

Sinte diz que Governo Fátima é 'decepcionante'




O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado (Sinte-RN) reagiu às recentes declarações de integrantes do Governo sobre a greve dos professores. O diretor da entidade, Ronnan Cunha, diz que a situação é decepcionante para categoria, que “confiou e depositou altas expectativas” na gestão Fátima Bezerra. “Se eles estão lá, foi por causa do apoio dessa categoria”, aponta Ronnan em referência a governadora e a titular da Educação, Socorro Batista, duas ex-militantes do Sinte. No último domingo, o secretário de Finanças do Estado, Aldemir Freire, declarou que o sindicato está sendo “intransigente e fechado ao diálogo”.

O sindicalista lembra ainda que o Sinte divulgou uma nota em apoio à nomeação de Socorro Batista para a pasta da Educação. “Foi justamente por esse reconhecimento de classe. A governadora, de fato, é governadora de todo mundo e não só de uma categoria, mas eleitoralmente ela teve uma ajuda muito grande. Existia uma expectativa muito grande por parte da categoria, por ser uma professora de cunho popular, que saiu de dentro do Sinte, de que esse fosse um governo de maior valorização da educação. Quando a expectativa é grande, a decepção é bem maior”, afirma.

Tanto o secretário de Finanças, Aldemir Freire, quanto a titular da Educação, Socorro Freire, reiteraram que não há possibilidade de atender o pleito dos na íntegra, com o pagamento integral do piso e retroativo a ativos e aposentados neste ano. Os dois também disseram que a greve está penalizando o filho do trabalhador, o que causou grande repercussão negativa entre os professores. A categoria está em greve desde o último dia 6 de março. O Governo já apresentou quatro propostas para implementar o reajuste de 14,95%, mas todas foram recusadas.

Internamente, representantes do Sinte entendem que a fala contribui para que a população “fique contra os professores”. “Ele [Aldemir] diz que a greve prejudica o filho do trabalhador, como se nós não fôssemos trabalhadores também. Nós somos trabalhadores e temos sim filhos em escolas públicas, que são penalizados também e nós professores. Nós não queremos uma greve, a greve só existe porque é uma reação”, afirma Ronnan.

O Sindicato chegou a enviar um ofício com uma contraproposta na semana passada, mas embora o Governo não tenha se manifestado de forma oficial, o chefe das contas estaduais, Aldemir Freire, já adiantou que é “impossível” aceitar o acordo. Nesta terça-feira (11), a categoria fará uma caminhada pela “defesa do piso e da valorização profissional” às 9h. A concentração será na frente do Midway Mall, de onde os professores partirão com destino à Governadoria para tentar uma nova audiência com o Executivo.

Ronnan Cunha cita ainda “falta de confiança” para negociar com o Governo. Isso porque o Executivo acabou descumprindo o acordo do ano passado, que estabelecia um calendário de pagamento do retroativo do piso 2022 em 12 parcelas (janeiro a fevereiro de 2023), mas que só começou a ser pago em março último, o que fará com que o acerto entre pelo ano de 2024. Foi justamente esse acordo que encerrou a paralisação do ano passado, também deflagrada por questões envolvendo o pagamento do piso.

“A falta de confiança faz com que a categoria não aceite mais os termos que foram feitos em 2022. A partir do momento que se faz o acordo e não paga janeiro e fevereiro, a categoria fica meio desconfiada de fechar novamente um acordo”, detalha o professor.

Em entrevista recente à TRIBUNA , Aldemir Freire fez duras críticas ao movimento grevista. Freire considera o passivo dos professore como o ponto-chave das despesas do Estado em 2023. Além disso, o economista afirmou que atender a demanda dos professores na íntegra representaria uma perda da capacidade de investimento e risco de atrasos salariais.

“Não faz nenhum sentido deixar de aumentar gastos com saúde, manutenção das escolas, resolver o problema das estradas porque eu vou pegar o dinheiro todinho e entregar aos professores. O sindicato que está sendo intransigente e está penalizando o aluno”, disse.

Fonte: Tribuna do Norte 

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