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10 dezembro 2023

SUPERMERCADOS TEMEM QUEDA NAS VENDAS COM ALTA DO ICMS NO RN

POR ISMAEL JEFFERSON

Caso a alíquota modal do ICMS no Rio Grande do Norte fique acima dos 18% em 2024, a expectativa é de que as vendas nos supermercados reduzam, o que significa queda no consumo das famílias potiguares. A previsão é do presidente da Associação dos Supermercados do Rio Grande do Norte (Assurn), Gilvan Mikelyson. Segundo ele, depois do reajuste de 18% para 20% neste ano, foi observada queda no poder de compra dos consumidores, mesmo com a deflação dos alimentos.


“A gente tem notado uma perda do poder de compra por parte do consumidor e isso ocorreu agora praticamente no segundo semestre, depois de estabelecer o ICMS em 20%. A gente notou uma venda menor, tanto em volume, quanto em faturamento, embora alguns preços tiveram uma deflação”, conta o empresário.
O índice de 20% está previsto para vigorar somente até o próximo dia 31 de dezembro. Contudo, o Governo do Estado tenta evitar que a alíquota retorne aos 18%. Inicialmente, encaminhou à Assembleia Legislativa do Estado um projeto para manter definitivamente em 20%, mas enfrentou rejeição dos deputados e do setor produtivo. Num recuo, o líder do Governo apresentou uma proposta para fixar em 19%.


Apesar disso, as entidades mantêm posicionamentos inalterados contra o aumento da carga tributária no Estado, como é o caso da Assurn.


“O aumento não é a solução para as dificuldades que o nosso Estado passa. Permanecer nos 18% seria o viável para que a economia se fortaleça, para que a gente possa vender mais”, afirma Mikelyson.


Ele diz que, apesar de alguns gêneros alimentícios estarem com preços inferiores e, em alguns casos, pela metade do que era praticado há um ano, o setor não está conseguindo vender como antes e associa, entre outras questões, ao aumento do imposto.


“A questão do ICMS é uma questão global, não envolve só o setor de supermercados porque é um aumento feito em cadeia. Os serviços ficam mais caros, os produtos ficam mais caros, e tudo isso é repassado”, aponta o presidente da Assurn.


Ele explica que, além da deflação de alguns produtos, há algumas questões de acomodação do mercado local, disputa de mercado por perda de venda e isso também ajudou na redução dos preços para tentar vender. O efeito é que essa queda nos preços estaria mascarando o efeito do aumento do ICMS no RN. “Então, isso mascara um pouco esse aumento. A gente está com essa situação mascarada, mas quando finalizar o ano, a gente vai poder realmente fazer uma apuração do quanto isso foi prejudicial, em relação ao ano passado”
Não há, portanto, como a Assurn mensurar o quanto esse contexto estaria mascarando os efeitos do ICMS em 20% no setor, segundo Gilvan Mikelyson. Em todo o país, a projeção é de fechar o ano com um crescimento entre 2% e 2,5%, mas ele pondera que essa estimativa não considera a inflação.


“É um crescimento que não vai nem superar o número da inflação. Então, a gente acredita que, se houver crescimento, vai ser um crescimento mínimo. Mas há perda de venda de volume, não se vende mais o mesmo volume que se vendia e nem se fatura mais como se faturava. Isso dificulta o planejamento, a execução das nossas divisões de departamentos comerciais”, aponta o empresário.


Na quinta-feira (07), pela terceira vez consecutiva, a Assembleia Legislativa não obteve quórum, que é o número mínimo exigido de oito deputados, para abrir a sessão ordinária, adiando mais uma vez a votação do recurso do PT contra o ICMS e de outras matérias de interesse dos parlamentares.


Deputados que já tinham votado contra a aprovação da alíquota de 20%, conforme lei sancionada em dezembro de 2022, continuam irredutíveis na defesa da volta da alíquota de 18% a partir de janeiro de 2024, mesmo com o Governo do Estado baixando em 1 ponto percentual a proposta sobre a adoção de uma nova alíquota.

Outras críticas
Outras entidades também mantêm posicionamentos críticos contra o aumento da carga tributária no Estado. A Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (Fiern). “A posição da indústria permanece a favor do retorno da alíquota do ICMS aos 18%, conforme deliberado pela Assembleia Legislativa em 2022. É o que sugerimos ao parlamento”, disse o presidente da instituição, Roberto Serquiz.


O presidente da Fiern afirmou que “a indústria do Rio Grande do Norte está em fase de recuperação, buscando o retorno a um patamar em que estava ainda em 2011”. Para Serquiz, aumentar impostos “é sacrificar ainda mais a fonte de recursos e empregos, colocando um freio nessa recuperação. Para o RN, qualquer aumento nesse momento impactará negativamente”. Roberto Serquiz disse, ainda, que “está claro que não basta pensar em aumentar a arrecadação, se não houver, por outro lado, um plano de contingência para o equilíbrio fiscal do Estado”.


A Federação da Agricultura, Pecuária e Pesca do RN (Faern), na qualidade de entidade representativa do setor agropecuário potiguar, é contra o aumento de impostos, pois entende que o setor produtivo e a sociedade potiguar como um todo não suportam mais o peso da carga tributária, que dificulta a geração de empregos e o crescimento da economia. Opresidente da Faern, José Álvares Vieira, manifestou que o Estado “precisa buscar alternativas que promovam uma sustentabilidade financeira sem que para isso os produtores e o povo precisem pagar mais impostos”.



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